segunda-feira, 5 de outubro de 2009
Revista Ritmo & Melodia entrevista TAVITO
O cantor e compositor mineiro Tavito (Luís Otávio de Melo Carvalho) começou sua trajetória profissional no princípio da década de 70 na banda Som Imaginário (Zé Rodrix, Robertinho Silva, Wagner Tiso, Luís Alves, Naná Vasconcellos e Fredera). A banda criada primeiramente para acompanhar o cantor e compositor Milton Nascimento no show "Milton Nascimento, ah, e o Som Imaginário". O grupo passou por várias mudanças de formação e lançou três discos. O disco - Matança do Porco, contou com os vocais de Milton.
Tavito se tornou nacionalmente conhecido pelos seus dois grandes sucessos: Rua Ramalhete (com Ney Azambuja) e Casa no Campo (com Zé Rodrix). Ele ganhou seu primeiro violão aos 13 anos. Autodidata, começou a participar de serenatas e festas. Foi companheiro de geração de Milton Nascimento e de outros músicos mineiros, tais como Toninho Horta, Tavinho Moura e Nelson Ângelo. Em 1965 conheceu Vinícius de Morais, que apreciou seu estilo e o convidou a participar de suas apresentações na capital mineira. Tavito produziu discos de: Marcos Valle, Renato Teixeira, Selma Reis e Sá & Guarabyra. Ele ficou sem realizar espetáculos entre 1992 e 2004, época em que se dedicou às composições, aos arranjos e à publicidade. Em 2009 lançou o CD - Tudo.
Há um bom tempo ele não ver com bons olhos o mercado musical e a carreira de músico como algo promissor. Tudo isso por conta da banalização da arte musical. “Eu próprio não vivo de música, e sim de publicidade. Com o lançamento de meu novo CD, é provável que isso mude. Mas nada é garantido”.
1-) Ritmo Melodia – Qual sua data de nascimento e sua cidade natal?
Tavito - Nasci no dia 26 de Janeiro de 1948, em Belo Horizonte - MG.
2-) RM – Fale do seu primeiro contato com a música?
Tavito - A música sempre fez parte da minha cabeça. Tenho uma rádio sintonizada todo o tempo, tocando nos meus miolos. Tenho lembranças musicais que remontam aos meus dois anos de idade.
3-) RM – Qual sua formação musical e\ou acadêmica (Teórica) ou outra formação?
Tavito - Na realidade, nenhuma eficaz. Estudei um ano de violão clássico com o genial mineiro Zé Martins. Mas minha formação é prática, quase que inteiramente. Fiz a UMA – Universidade Mineira de Arte – até o segundo ano. Meu curso era Desenho Industrial. Tranquei-o, óbvio.
4-) RM – Quais suas influências musicais no passado e no presente. Quais deixaram de ter importância?
Tavito - Tive minhas primeiras informações válidas muito cedo, com a boa música clássica, que meu pai colecionava e ouvia diariamente; paralelamente, fui do céu ao inferno, ouvi muito Ivon Curi, Lana Bittencourt, Monsueto, Luiz Gonzaga, Jackson do Pandeiro e Almira Castilho, Maria Inês e sua gente, Caymmi, Adelaide Chiozzo, Emilinha Borba, Marlene, um rabicho de Carmem Miranda e tantos outros que não dá pra relacionar aqui. No internacional, ouvi muito Cole Porter, Frank Sinatra, Pat Boone, Paul Anka, Neil Sedaka, Tommy Sands, Rick Nelson, Bob Nelson e os rockers Little Richards, Elvis, Chuck Barry, Fats Domino, The Ventures.
Aí dois momentos piraram-me o cabeção, a saber: “Chega de Saudade”, o genial disco de João Gilberto, que me apresentava a Tom Jobim, Vinícius de Moraes, Carlinhos Lyra e a Bossa Nova irresistível. Mais tarde, uma sessão de cinema que trazia, no jornal da tela, a chegada dos The Beatles a Nova York. Saí do cinema e comprei imediatamente o compacto “I want to hold your hand” e “She loves you”, pra nunca mais parar de ouvir. Esses são os fatos que modificaram o meu jeito de ouvir música. Mais tarde, conheci Milton Nascimento, que se tornaria uma terceira referência de muito significado. Não tenho preconceito contra nada, escuto de tudo, me interesso por todos os tipos de canção, sou fã de Guilherme Arantes, Flavinho Venturini, Lô Borges, Beto Guedes, Tavinho Moura e um magote de contemporâneos de boa cepa, Toninho Horta, Nelson Ângelo, Ivan Lins, João Bosco & Aldir Blanc, Maurício Maestro, Zé Renato, Eduardo Souto Neto, Marcos Valle. Trabalhei e convivi com a maioria de meus ídolos, e isso também gerou uma série de influências positivas em meu modo de ser e de pensar.
5-) RM – Quando, como e onde você começou sua carreira profissional?
Tavito - O poeta Vinícius de Moraes, no auge do sucesso com seus afros-sambas com Baden Power. Ele foi fazer um show em Belo Horizonte e hospedou-se na casa de um amigo, onde o conheci. Como o Baden Powell tinha uma série de impontualidades no currículo (o gajo se pelava de medo de avião), Vinícius, para se garantir, ensaiou o show comigo, que sabia todas as canções de cor, tiradas acorde a acorde, dos discos do próprio Baden, meu ídolo violonístico. Bom, Baden não apareceu – e eu fiz o show. Depois me transformei no acompanhante oficial do Vinícius em BH, cheguei a fazer uns cinco ou seis espetáculos com ele. Começou assim. Mais tarde, ele me convenceria a me mudar para o Rio.
6-) RM – Quantos CDs lançados com banda e solo? Qual o perfil musical de cada CD? E quais as músicas que se destacaram?
Tavito - Com o Som Imaginário, foram três discos. E solos foram quatro. E sem contar o novíssimo “TUDO” que está nas lojas há um mês e ainda não foi lançado oficialmente. Não saberia declinar sobre o perfil de cada um. Meu trabalho toma a verdade como princípio, não saberia compor e gravar canções que não retratassem fielmente a minha personalidade. Meus discos são parecidos, como irmãos. Minhas canções mais famosas são: Casa no Campo (com Zé Rodrix); Rua Ramalhete, Começo; Meio e Fim; Aquele Beijo (com Ney Azambuja), Naquele tempo (com M. Rocha / Renato Correa), Água e Luz (com Ricardo Magno) e mais o tema de futebol da Rede Globo, Coração Verde-Amarelo (com Aldir Blanc). E outras que me fogem agora; e dezenas, centenas de jingles que ficaram no imaginário popular.
Som Imaginário (1970)
Som Imaginário (Nova Estrela) (1971)
Matança do Porco (1973)
Solo
Tavito - 1980 - CBS
Tavito 2 - 1982 – CBS
Tavito - Número 3 - 1983 – CBS
Simpatia/Água e luz - 1984 - CBS (Compacto simples)
Tavito - Tudo - 2009
7-) RM – Como você define seu estilo musical?
Tavito - Não tenho um estilo definido. Faço de Rock a Bolero, passando pelo Samba, Calipso ou Maracatu. Agora, o que gravo em meus discos pode-se chamar de um Pop-brasuca-sem-pretensões-de-modificar-o-que-quer-que-seja...
8-) RM – Como é seu processo de compor?
Tavito - Como todo mundo, faço a música que recebo de meus anjos-compositores. Quando eles não vêm, trabalho sem escalas.
9-) RM – Quais são seus principais parceiros musicais?
Tavito - Zé Rodrix, Ney Azambuja, Ricardo Magno, M. Rocha, Renato Correa e Aldir Blanc.
10-) RM – Quais os prós e contras de desenvolver uma carreira musical dentro de uma gravadora e de forma independente?
Tavito - Desenvolver qualquer tipo de carreira musical hoje em dia é FRIA (risco). Procurem outra coisa, meninos, pois só quem consegue ganhar dinheiro com música no Brasil são os que já têm dinheiro guardado no colchão ou nome pré-construído por feitos anteriores, seus ou de seus ascendentes. A Internet banalizou tudo e equalizou o que presta com o que não vale nada. A atenção das pessoas está tão dividida que só se consegue consumir muito superficialmente qualquer manifestação artística. O CD, nosso antigo produto, perdeu-se no processo. E tem muita gente que acha um absurdo pagar por direitos autorais, o que era constitucionalmente nossa única segurança. Não sei exatamente onde as coisas vão parar, mas sei que dificilmente será em bom lugar. O negócio hoje é fazer muitos shows, para garantir o rango na mesa. Eu próprio não vivo de música, e sim de publicidade. Com o lançamento de meu novo CD, é provável que isso mude. Mas nada é garantido.
11-) RM – Como você analisa o cenário musical brasileiro? Em sua opinião quem foram às revelações musicais nas duas últimas décadas e quem permaneceu com obras consistentes e quem regrediu?
Tavito - O cenário musical brasileiro é o retrato da confusão que se estabeleceu com o advento das novas mídias. A banalização da emoção e a enxurrada de novos desinformados que invadiu o mercado. Há incontáveis candidatos ao sucesso, e outros tantos chegam lá tão rapidamente que amanhã de manhã já lhes esquecemos o nome. Os grandes organismos de comunicação ignoram solenemente grande parte dos aspirantes à fama. Não poderia ser de outro modo, são milhões que se renovam diariamente como gafanhotos. E escolhem a esmo (ou não) alguns eleitos que não sabem bem o que fazer para não ser cruelmente descartados, em poucas semanas. Muito raramente se detecta algo com alguma consistência nesse processo. No geral, a música está vivendo um período de irrelevância total. É o que o meu compadre Zé Rodrix dizia, com toda propriedade: estamos vivendo o tempo da música em vão. Não se consegue interesse do ouvinte de hoje com o que está aí. É evidente que, em meio a isso tudo, há destaques de talento legítimo, que podem variar do sertanejo à MPB, passando pelo axé e pelo rock. Mas esses mesmos ainda correm riscos sérios nas mãos do novo ouvinte. Essa nova classe de escutadores que não se detêm nem para ouvir um CD inteiro, tal a ansiedade. Mas não se enganem: gosto muito de muita coisa nova. Escutem o grupo Cinco a Seco. Escutem Barbara Rodrix. Escutem Sonekka. Escutem o Grupo Tarumã. Escutem Julia Ribas. Procurem por personalidade e verdade, que encontrarão material à farta. Se esses caras farão sucesso? Não sei – e ninguém sabe.
12-) RM – Qual ou quais os músicos já conhecidos do público que você tem como exemplo de profissionalismo e qualidade artística?
Tavito - Os que estão aí oriundos de outros tempos só o conseguiram por terem talento indiscutível e serem profissionais completos. A “Era Tim Maia” passou.
13-) RM – Quais as situações mais inusitadas aconteceram na sua carreira musical (falta de condição técnica para, brigas, gafes, show em ambiente ou público tosco, cantar e não receber, ser cantado e etc)?
Tavito - Pretendo escrever um livro sobre esse tópico em especial. São tantas situações esquerdas pelas quais um músico com o meu tempo de estrada já passou no decorrer da vida, que não cabem nesse exíguo espaço.
14-) RM – O que lhe deixa mais feliz e mais triste na carreira musical?
Tavito - Feliz: ouvir minha canção ser cantada pelas platéias. Triste: a falta de chances de mostrar um bom trabalho.
15-) RM – Você acredita que suas atuais músicas tocarão nas rádios sem o jabá?
Tavito - Sinceramente, não sei; é uma questão difícil, mas não impossível.
16-) RM – Para você o sonho da sua geração a acabou, não acabou, se perdeu ou se transmutou?
Tavito - O sonho não morre jamais, quando ele é forte o suficiente para desafiar as teias de aranha do estabelecido. O sonho de minha geração é o sonho dos homens de bem, que dão valor à verdade, à paz, ao amor sem medidas. Sonhos como esse fazem parte da história da humanidade, e martelarão as consciências até que se desutopizem e se tornem valor real.
17-) RM – O que ainda lhe dá orgulho na sua geração e o que lhe envergonha?
Tavito - Não tenho vergonha de coisa alguma. Minha geração é culturalmente privilegiada, e que soube distribuir esse privilégio no muito que realizou. A maior herança de minha geração é o pensamento. As drogas que tomamos tinham uma conotação completamente diferente da de hoje, quando se mantém com a droga uma relação marginal e castradora da mente criativa.
18-) RM - O que você diz para alguém que quer trilhar uma carreira musical?
Tavito - Vá fazer outra coisa, meu jovem.
19-) RM – Você lança um novo CD com o entusiasmo das primeiras crias? O que muda lançar um CD depois de anos de estrada musical?
Tavito - Sou um eterno entusiasmado com o processo de criação. A distância de discos passados traz vantagens, mas os mais velhos também são mais impacientes com besteiras de ocasião, que são muito presentes em processos criativos.
20-) RM – Fale da sua relação pessoal e profissional com Zé Rodrix e a importância da obra e do artista Rodrix para cultura musical brasileira?
Tavito - O Zé Rodrix foi um irmão que perdi. Um amigo de vida inteira que deixou um legado inestimável em pensamentos e obras. Sua coerência faz muita falta em meus momentos de dúvida. O Brasil perdeu uma referência importantíssima.
21-) RM – Quais os projetos futuros?
Tavito - Continuar vivendo e produzindo, com saúde e alegria, sempre.
Contato: http://www.tavito.com.br/
ritmomelodia@hotmail.com
http://www.ritmomelodia.mus.br/
Tavito no FAMPOP ( Feira Avareense de Musica Popular )
Show: fotos de José Renato Fusco
Agradecimentos:
José Renato Fusco
http://averdadedosfatos.blog.terra.com.br
segunda-feira, 21 de setembro de 2009
quarta-feira, 19 de agosto de 2009
Pocket show do Tavito: Um sucesso de público!!!
A segunda geração Rodrix/Tavito segurou firme no backing vocal: Bárbara Rodrix e Julia Carvalho , charmossísimas, tem um destaque especial no show! E a banda, formada por Nando Lee (guitarra), Fábio Schmidt( percussão/bateria) e Paulo Farias(baixo) é sempre brilhante!
Se essa foi a amostra, como será o show????
SENSUAL - tango de Tavito e Aldir Blanc
quinta-feira, 30 de julho de 2009
POCKET SHOW em SP - dia 15 de agosto
dia 15/08/2009
às 19:30 min.
grátis
Queridos amigos de sempre e outros mais que queiram se tornar amigos de agora:
Como é sabido, a vida deu-me uma sequência de rasteiras marciais nos últimos meses; mas a despeito de qualquer arranjo, continuamos em pé, eu e minha significativa cintura. O I Ching, que certa vez tive o saco de ler inteirinho, deixou-me um precioso ensinamento de 3.000 anos que me é de grande valia nos dias de hoje: os fatos são soberanos e imutáveis. Só se curvam a um valor maior - o da VIDA, que continua sempre e sempre, inexorável em seu propósito fundamental de nos deixar doidinhos da silva (vide o austero senado brasileiro e seus capitães - ou serão cafetões?). Mas o assunto agora é, felizmente, outro. Como também é sabido, meu novo CD, "TUDO", já está em todas as lojas do Brasil, físicas e virtuais. Devido às mazelas supracitadas, seu lançamento oficial ficou comprometido, deixando-o num limbo midiático desconfortável e injusto, face à qualidade das canções e à impressionante personalidade do cantopositor & intérprete (eu mesmo), onde o que mais se destaca é a modéstia. Bão, o lançamento própriamente dito ficou pra quando setembro vier, com suas flores, sons e poesia; será apresentado um big-show em quatro capitais, Sampa, Rio, Berzonte & Recife. Mas antes disso, haverá um tira-gosto pra moçada ligada, naquele belíssimo espaço da Saraiva MegaStore do Shopping Center Morumbi, no dia 15 de agosto próximo, um sabadão sem compromisso, às 19:30 (sete e meia da night). Por incrível que pareça, é DE GRÁTIS. Os duros e os pães-duros (eu me enquadro na primeira categoria) devem aproveitar, pois. Haverá um "très-chic" adicional na parada - uma agradável sessão de venda com noite de autógrafos simultânea - quando os brothers poderão comprar o adorável CD por um precinho camarada que só. Espero vocês lá, com minha banda "Ananeu & os Precários", meu sorrisão de sempre e meu abraço trinca-costelas, certo? Beijos a todos(as) / Tav
Em tempíssimo: Roberto Carlton, enfim, confirmou presença. Erasmo não poderá ir: tem compromisso já assumido com a turma da Jovem Gorda.
quarta-feira, 29 de abril de 2009
TAVITO na Virada Cultural 2009 em SP!!!
-> 02 maio, sábado, às 18:30h <-
CEU de Vila Curuçá - Av, Marechal Tito, 3400. Bairro: Jardim Miragaia (CEP: 08115-000) - SP
Convidadas especiais: Júlia Carvalho e Bárbara Rodrix.
Banda: Nando Lee (guitarra), Fabio Andrade (teclados), Paulo Farias (baixo), Fábio Schmidt (bateria e percussão)
sábado, 11 de abril de 2009
TAVITO no Programa do Ronnie Von
Filme: Monika Mendonça
Fotos: Acervo Tavito
sábado, 4 de abril de 2009
TAVITO na comemoração de 7 anos do CLUBE CAIUBI
Tavito lá esteve, e apresentou duas canções do novo disco: um clássico e a outra a novíssima EMBORA ( parceria c/ Alexandre Lemos):
EMBORA
AQUELE BEIJO
Filmagem e pós produção: Marlene Alves
sábado, 28 de março de 2009
TEMPO DA DELICADEZA
O novo álbum é um retrato da produção atual de Tavito. O repertório traz delícias como a nostálgica 1969 (O Beijo do Tempo), parceria com o poeta e jornalista pernambucano Gilvandro Filho e que tem no arranjo um quê de George Harrison, a belíssima toada Embora, de Tavito e Alexandre Lemos, notável compositor carioca (eles assinam também Tudo, a faixa título), o rock Uma Banda Em Sampa, com o antigo parceiro Rocknaldo, a balada O Primeiro Sinal, de Tavito e Ney Azambuja (parceiros no clássico Rua Ramalhete) e a toada As Meninas (Tavito/Elder Braga). A cantora Clarisse Grova faz participação especial em Minas de Encanto (Tavito) e Aquele Beijo (Tavito/Ney Azambuja).
Há belas releituras de Aquele Beijo, gravada pelo músico no LP Tavito 2, de 1982, Hoje Ainda é Dia de Rock (Zé Rodrix), lançada pelo trio Sá, Rodrix & Guarabyra no álbum Passado, Presente, Futuro, de 1972, e de Rua Ramalhete, do disco de estréia de Tavito, autointitulado, de 1980. Nesse caso, foram regravados alguns instrumentos, mas a voz do artista foi tirada do registro original. Disco belíssimo, tratado de lirismo e leveza.
TAVITO no PONTAPÉ INICIAL ( ESPN)
Falou-se sobre o início da carreira de Tavito no "Som Imaginário", mostrando um vídeo da época com imagens, inclusive, do Zé Rodrix!
Tavito falou sobre o legado dos mineiros para a MPB que ainda surte efeitos na música de hoje, e acabaram citando o Clube Caiubi e a Segunda Autoral. O senão é que Tavito, estava muito gripado, cheio de tosse, e não conseguiu cantar muito, e o público pedindo música pela Internet!!!
Colaboração: Maisa Dillem
segunda-feira, 16 de março de 2009
Tudo de Tavito exala a nostalgia de tempos idos - Mauro Ferreira
sábado, 14 de março de 2009
sexta-feira, 13 de março de 2009
Tarik de Souza entrevista TAVITO
Tárik de Souza, Jornal do Brasil
Após um longo recesso fonográfico, o compositor e cantor mineiro Tavito (Luis Otávio de Mello Carvalho) ressurge com o CD Tudo (Tavmusic) e prepara-se para voltar aos shows.
Por que ficou tanto tempo sem discos solo?
- Bem, meu último compacto simples (lembra disso? faz tempo...) foi lançado pela CBS, em 1984, há exatos 25 anos. Tinha duas canções de que gosto muito, Simpatia (Tavito/R.Magno) e A nossa casa (Tavito/Eduardo Souto Neto). Como nenhuma das duas emplacou na mídia, a gravadora se desinteressou por mim, e eu, naturalmente, por ela. Foi quando resolvi partir para pequenos e médios shows por aí, enquanto trabalhava compulsivamente em minha produtora de jingles. Em 1992, por questões particulares, abandonei também os shows. Fiquei 11 anos praticamente sem pegar no violão. Somente em 2003 retornei ao palco, convidado pelo amigo mineiro Affonsinho para uma participação em seu show, em Belo Horizonte, e me surpreendo ao arrancar lágrimas da platéia que superlotava o teatro.
Quais os ingredientes para confeccionar pérolas pop duráveis como Casa no campo (com Zé Rodrix) e Rua Ramalhete (com Ney Azambuja)?
- Essas duas canções tocam bordões universais do ser humano. Todo mundo, sem exceção, experimentou seu primeiro arrepio amoroso na adolescência, sua primeira canção a dois, seus primeiros contatos com o corpo e a alma de alguém. Como também todos querem paz, sossêgo, sensações benfazejas de segurança por meio de seus amigos e objetos de afeto. A Casa no campo simboliza a famosa paz interior tão almejada. E a Rua Ramalhete (que existe mesmo) é apenas um lugar, numa determinada época, onde a intensidade dos hormônios juvenis borbulhava, delicada e indomável.
Como situa seu novo disco dentro da miscigenação da música atual?
- O nome desse CD, Tudo, diz bem o que ele representa. Sou um cara bastante experiente em mudanças filosóficas, técnicas e estéticas na música do mundo nos últimos anos. Escutei e fui formado por absolutamente tudo que há para escutar nesse tempo de confusões e sobressaltos. O que se usa hoje, as fusões, os mixes rítmicos, a pesada percuteria, a eletrônica, fruto de muita tecnologia e alguma criatividade, tem seu sucesso diretamente ligado às condições atuais de percepção da grande massa jovem brasileira, que é diferente, muito diferente de seus pais e avós. A minha proposta de trabalho, hoje, é a de usar as influências e o pensamento de muitos anos de produção musical para cobrir uma demanda que sinto existir entre os jovens: a da fruição de uma música bonita, simples e que dê um recado atual, rigoroso e intransigente sobre escolhas e objetivos, do bem absoluto ao amor irrestrito. Além de espernear com humor contra essa viscosa derrocada ética que nos assola. Acho que é um “pop varejeiro”, ou coisa que o valha.
Jornal do Brasil / RJ
19:03 - 12/03/2009
quarta-feira, 11 de março de 2009
TUDO no Estado de Minas
Canções que a gente quer ouvir
Depois de ficar 25 anos sem lançar disco, Tavito, autor de Casa no campo e Rua Ramalhete, está de volta com o CD Tudo, com antigos sucessos e novas parcerias
Eduardo Tristão Girão
Roberto Soares Gomes/Divulgaçã o
"Estou ficando velho, mas meu espírito é muito jovem. Não me sinto com a idade que tenho, sou lépido" - Tavito, cantor e compositor
O cantor e compositor belo-horizontino Tavito tinha tudo para continuar na penumbra artística. Fora de Minas desde 1968, despontou ao lado de Milton Nascimento com o grupo Som Imaginário e tornou-se bem-sucedido criador publicitário, sua principal atividade até hoje. Seu último trabalho, Simpatia, um compacto lançado pela CBS em 1984, fracassou nas vendas, bem como seus dois discos anteriores. Shows também minguaram. Finalmente, parou de se apresentar, abalado pela morte do irmão, em 1991. Mas o destino não quis que fosse assim. Há seis anos, retornou aos palcos durante participação num show de Affonsinho na capital mineira e flagrou lágrimas de emoção na plateia. Resolveu voltar ao estúdio – desta vez para ser gravado – e acaba de lançar Tudo, seu primeiro disco em 25 anos. “Estou ficando velho, mas meu espírito é muito jovem. Não me sinto com a idade que tenho, sou lépido. Por estar habituado a ser jovem, me esqueci de como eu era quando jovem. Fiz uma catarse, uma leitura de mim mesmo, e descobri uma coisa muito interessante. Muita gente chama de evolução uma coisa que não é evolução. Fico pensando, musicalmente, no que foi que eu evoluí. Na realidade, meus conceitos são os mesmos. O produto que vendo agora é o mesmo de 1979. Prega as mesmas coisas, o amor sempre absoluto e irrestrito. Basta prestar atenção às letras. Também prega o saudosismo, pois já era saudosista naquela época. Não mudei nada”, garante. Tudo é composto por 14 faixas, sendo a maioria inédita. O álbum começa com 1969 (O beijo do tempo), canção que expõe o espírito saudosista de Tavito com referências musicais a Purple haze (Jimi Hendrix) e My sweet lord (George Harrison), colorindo versos como “Havia, eu sei, uma fumaça a nos fazer sonhar/ Havia a lei: a gente era livre para se amar/ Havia luz pois era tempo de iluminar”. A música foi escrita com Gilvandro Filho, um dos muitos parceiros que assinam novas faixas no disco. Com Luiz Carlos Sá fez O dia em que nasceu o nosso amor e A grande sorte; Alexandre Lemos divide com ele Embora e a faixa-título; e o novo parceiro Rocknaldo marca presença em Uma banda em Sampa e Um certo filme. Ney Azambuja, co-autor de Rua Ramalhete (última do disco, em versão “reloaded”), um dos maiores sucessos de Tavito, ressurge na também inédita O primeiro sinal, além da regravação de Aquele beijo. “Todas as músicas foram feitas a partir de 1992, à exceção de Rua Ramalhete e Aquele beijo, que fiz para minha mulher, Celina, que está comigo há quase 30 anos. Fiz um arranjo para o Roupa Nova, mas resolvi gravá-la da maneira como eu a toco no meu show”, explica. Do amigo e parceiro Zé Rodrix gravou o sucesso Hoje ainda é dia de rock. “Fiz músicas com ele, mas acabaram não entrando no disco. As fronteiras do amor é uma balada linda e triste, mas ficou de fora, pois eu queria um disco animado, alegre. Amor e foguetes é outra”, conta.
E por que, afinal, o artista demorou tanto tempo para lançar um disco novo? “Não ia mais gravar. Arrumei outro veio na vida, o da propaganda. Resolvi fazer esse disco a partir daquele show em Belo Horizonte. Vi a água correndo na cara das pessoas e senti que precisava reavaliar o poder das coisas que eu fazia. Era uma força que eu sabia que tinha há muito tempo, mas não agora. Estava totalmente sumido da mídia. Nesse período fiz músicas que tocaram em novela, mas ninguém sabia”, lembra. Sem vínculos com gravadoras, começou a trabalhar no novo projeto aos poucos. Partiu de um universo de 50 novas canções. Mesmo tanto tempo longe dos holofotes, Tavito garante não ter parado de compor. “Quando eu não gravo, alguém me grava. Só sei escrever e fazer música”, diz. As vendagens insatisfatórias de seus discos, lançados entre o final dos anos 1970 e o início dos 1980, é claro, contribuíram para que o artista sumisse: “Nessa época, estava muito perdido. Não queria ficar na publicidade, mas não queria que as coisas fossem como eram. A CBS não me deu a atenção que eu achava que deveria ter. Hoje nem acho mais isso. Penso completamente diferente. Mas na época me desencantei e resolvi dar uma parada”. Tavito conta que, desde a morte do irmão, ficou 12 anos sem tocar violão, “só compondo e mexendo com teclado e estúdio”, lembra. “Antigamente, eu tinha proposta de instrumentista que hoje não tenho mais. Hoje, toco o que sei tocar e acho legal assim. Antigamente, algumas revistas diziam que eu era o melhor violonista do Brasil. Mentira. Tocava violão de 12 cordas e tive notoriedade porque fui dos poucos, na década de 1970, que tocava esse instrumento. Só havia eu para ser chamado para as gravações. Mas naquela época do Som Imaginário, do Clube da Esquina, era meio craque, tocava razoavelmente bem”, diverte-se. Na estrada Apesar de se dizer musicalmente o mesmo, o artista não tem dúvida de que o novo álbum inaugura nova fase em sua carreira.
Para divulgar o trabalho, já programou shows de lançamento em São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte, que provavelmente serão realizados mês que vem. “Estou com saudades da estrada. Tenho feito shows em São Paulo, Brasília, Recife, Fortaleza. Apresento-me sozinho ou com Zé Rodrix. O show que faço com ele é muito bacana. Ele é meu parceiro em Casa no campo. Tem muitas histórias, piadas, conversas”. As sobras de estúdio, adianta, deverão dar origem ao seu próximo disco. “Gosto muito de compor. Aliás, é a única coisa que sei fazer. Sou um cara novo, penso novo”, conclui.--
Onde encontrar o CD TUDO
paraiso.agora@yahoo.com.br
- Todo o Brasil
FNAC - Tel: (11)3097-0022
Mubi - novo - Tel: ( 11)3191-0221
SARAIVA - SAC tel: ( 11) 3335-2967
GO - Goiânia
Bazar Music - Tel: ( 62)3225-1236
MG - Belo Horizonte
Acustica Cds - Tel: ( 31)3281-6720
CD Clube - MG - Tel: ( 31)3212-1570
Discomania 2 - Tel: ( 31)3281-4612
Discoplay - Edu - Tel: ( 31)3222-0046
Leitura - Pátio - Tel: ( 31)3288-3800
Leitura Shopping Cidade - Tel: ( 31)3271-4729
Terra Verde - Tel: ( 31)3036-2919
Trem Azul - Edu - Tel: ( 31)3222-7666
PA - Belém
Ná Figueredo-Estação - Tel: ( 91)32123421
RJ - Rio de Janeiro
Arlequim - Tel: ( 21)2220-8471
SP - Santos
Realejo - Tel: ( 13)3289-4935
Realejo - Shopping Miramar - Tel:
SP - São Paulo
Baratos Afins - Tel: ( 11)3223-3629
Centro Cultural Banco do Brasil - Tel: ( 11)31133654
Disconexus - Tel: ( 11)3081-7664
Discoteka - rod - Tel: ( 11)5906-0456
Livraria da Vila-Rod - Tel: ( 11)3814-5811
Livraria do Espaço Unibanco SP - Tel: ( 11)3141-2610
Pop´s Discos - Tel: ( 11)3083-2564
Zaccara Cds - Tel: ( 11)3872-3849